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25
Abr 20

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Agora que estamos mais tempo em casa, vemos mais televisão e ouvimos mais notícias, seguimos quase com fervor de telenovela, os disparates diários dos presidentes dos EUA e do Brasil. Inacreditável!

Como é que imbecis deste calibre chegam à presidência de dois países, que no seu conjunto representam mais de 500 milhões de almas.

Dou um suspiro de alívio porque no meu cantinho à beira mar, temos um estado que funciona, embora com algumas deficiências e temos uma classe política que tem demonstrado responsabilidade e sentido de estado. Bem sei há quem enferme de alguns vícios e insuficiências de caracter, mas regra geral tem dado conta do recado.

Por vezes dão uma no cravo, outra na ferradura, mas também ninguém estava preparado para uma pandemia destas.

O que interessa é que todos estão a dar o seu melhor, as autarquias, o governo, a Assembleia da República e a Presidência. Temos sorte porque a oposição tem sentido de estado e ao contrário de Espanha, não tem entrado em querela de baixa política, sem polémicas inúteis e sem chicana.

Os políticos da nossa praça estão a dar agora, um bom exemplo, uma lição sobre a postura que deviam sempre ter (e não tiveram nas ultimas décadas), na preocupação em salvar vidas, na busca de melhores soluções para a saúde e para a economia.

Todos estamos ansiosos com o dia de amanhã, temos dúvidas se a vida volta ao que era antes e se as medidas de mitigação e recuperação, que vão sendo anunciadas a conta-gotas serão suficientes. De certeza que vão continuar a ser ajustadas, com mais ou menos envolvimento da União Europeia, pois o que está anunciado hoje, não chega.

Se Portugal tem uma situação sanitária que já é uma referência na Europa, deve-o a todos, ao povo que acatou as recomendações das entidades públicas e ao pessoal da saúde. Deve-o SNS que tantos (os tais que hoje estão calados) quiseram destruir, vender, alienar e entregar aos privados.

A economia que dava passos de retoma e crescimento vê-se confinada, parada e em muitos casos falida. Tem de ser ajudados, pois claro, mas com precaução e de olho alerta, porque as vigarices não estão de quarentena.

Portugal não vai cair, vamos erguer-nos de novo como tantas vezes já o fizemos ao longo de 900 anos de história.

Apesar de tudo tivemos sorte, porque se esta pandemia tivesse chegado cinquenta anos antes, face ao estado decrépito da saúde pública, do atraso cultural e inexistência de políticas de acção social, só tínhamos duas garantias, a ocultação informativa por via da censura e as valas comuns.

Pois é, referi-me a “antes” do 25 de Abril, antes de 1974. Longe vão esses tempos…

Mas também dou por mim a pensar que tivemos sorte não ter existido esta pandemia há meia dúzia de anos atrás, quando tínhamos no governo Passos Coelho e Paulo Portas e na Presidência Cavaco Silva.

Isso é que era mesmo azar!

 

Fiquem todos bem. 25 de Abril, sempre!

publicado por Brito Ribeiro às 12:47
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