Com o verão chega, geralmente, um período de férias, de descanso e de descontracção. Tempo de carregar baterias, na praia ou no campo, mas sempre aproveitando os apetecidos raios solares.
Portugal é dos países da Europa com mais tempo de sol por ano; nesta época o turismo de sol e praia invadem o litoral, mais a sul que a norte, porque nem todos gostam das nortadas e das águas frescas do oceano.
A exposição solar controlada, traz benefícios para a saúde ao nível das doenças dermatológicas, da estrutura óssea e da saúde mental.
As radiações emitidas pelo sol podem ser benéficas para o corpo humano, mas também podem encerrar riscos. Além da luz visível, o sol emite múltiplas radiações não visíveis, por isso mais traiçoeiras e perigosas. Destas destacam-se os raios ultravioleta B (UVB), imprescindíveis para a produção de vitamina D, mas responsáveis por queimaduras, danos no DNA e cancro cutâneo.
Os raios ultravioleta A (UVA), contribuem para o envelhecimento precoce da pele, e os raios infravermelhos, responsáveis pelo aquecimento e pela temperatura ambiente, mas que recebido em excesso e continuamente na pele, danificam o colagénio, contribuindo também, para o envelhecimento.
Apesar de Portugal ser um país com muito sol, existe uma percentagem muito elevada de crianças com insuficiência de vitamina D, estando directamente relacionado com uma mudança do estilo de vida, com aumento do sedentarismo e redução de atividades ao ar livre.
Estima-se que a exposição diária ao sol, do rosto, pescoço e braços, durante 15-20 minutos, é suficiente para a produção da quantidade adequada de vitamina D. Porém, o vidro e os protetores solares bloqueiam a produção de vitamina D e as nuvens podem filtrar uma parte dos raios solares, mas as queimaduras são sempre possíveis, mesmo com o tempo nublado.
Desenganem-se se pensam que apenas na praia é necessário ter cuidado com a exposição exagerada ao raios solares.
A quantidade de UVB aumenta em 4%, de cada vez que subimos 300 metros de altitude. Também o poder de reflexão é diferente se estivermos perante neve (85%), areia (17%), água (5%) ou relva (3%). Desta maneira, na montanha, sobretudo com neve, aumentam exponencialmente os perigos inerentes aos raios UVB, devido à altitude e à reflexão.
Os cuidados a ter com a exposição aos raios solares devem ser redobrados no caso de crianças, pois tem uma pela mais fina e mais sensível, pelo que a barreira ao sol é pouco eficaz e os raios ultravioleta penetram mais facilmente. O processo de pigmentação que protege a pele das crianças, está ainda pouco desenvolvido, a transpiração é pouco abundante, aumentando a sensibilidade às variações de temperatura, às queimaduras solares e à desidratação.
Estas agressões solares durante a infância alteram irreversivelmente o sistema de defesa cutâneo, os danos celulares são definitivos e ao longo da vida essa pessoa terá sempre uma pele vulnerável.
Os cremes protectores serão sempre uma protecção adicional, mas é necessário reter, que a melhor solução passa por uma exposição progressiva, evitar as horas de maior intensidade solar, manter-se hidratado e alternar pequenos períodos de exposição, com descanso nas sombras e ambientes mais frescos.