No tribunal de uma vila aqui perto, o delegado do Ministério Público chamou a sua primeira testemunha que era uma senhora de idade avançada.
Aproximou-se da testemunha e sorrindo perguntou:
- D. Ermelinda, a senhora conhece-me?
- Claro. Conheço-te desde pequenino e francamente, desiludiste-me. Mentes descaradamente, enganas a tua mulher, manipulas as pessoas e falas mal delas pelas costas. Julgas que és uma grande personalidade quando não tens sequer inteligência suficiente para ser varredor da Câmara. É claro que te conheço!
O advogado ficou branco, sem saber que fazer. Depois de pensar um pouco, apontou para o outro extremo da sala e perguntou:
- D. Ermelinda, conhece o advogado de defesa do réu?
- Claro que sim! Também o conheço desde pequeno. É um desgraçado que anda a maior parte das vezes bêbado, não consegue ter uma relação normal com ninguém e na qualidade de advogado, bem... é um dos piores que já vi. Não me esqueço também que engana a mulher com duas ou três mulheres diferentes, uma das quais, curiosamente, é a tua própria mulher. Queres saber mais alguma coisa?
O advogado de defesa ficou em estado de choque.
Então, o Juiz pediu a ambos os advogados que se aproximassem do estrado e com uma voz muito ténue diz-lhes:
- Se algum dos dois perguntar ao estupor da velha se me conhece, juro-vos que vão todos presos.