Ambiente, história, património, opinião, contos, pesca e humor

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Ago 19

Com o verão chega, geralmente, um período de férias, de descanso e de descontracção. Tempo de carregar baterias, na praia ou no campo, mas sempre aproveitando os apetecidos raios solares.

Portugal é dos países da Europa com mais tempo de sol por ano; nesta época o turismo de sol e praia invadem o litoral, mais a sul que a norte, porque nem todos gostam das nortadas e das águas frescas do oceano.

A exposição solar controlada, traz benefícios para a saúde ao nível das doenças dermatológicas, da estrutura óssea e da saúde mental.

As radiações emitidas pelo sol podem ser benéficas para o corpo humano, mas também podem encerrar riscos. Além da luz visível, o sol emite múltiplas radiações não visíveis, por isso mais traiçoeiras e perigosas. Destas destacam-se os raios ultravioleta B (UVB), imprescindíveis para a produção de vitamina D, mas responsáveis por queimaduras, danos no DNA e cancro cutâneo.

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Os raios ultravioleta A (UVA), contribuem para o envelhecimento precoce da pele, e os raios infravermelhos, responsáveis pelo aquecimento e pela temperatura ambiente, mas que recebido em excesso e continuamente na pele, danificam o colagénio, contribuindo também, para o envelhecimento.

Apesar de Portugal ser um país com muito sol, existe uma percentagem muito elevada de crianças com insuficiência de vitamina D, estando directamente relacionado com uma mudança do estilo de vida, com aumento do sedentarismo e redução de atividades ao ar livre.

Estima-se que a exposição diária ao sol, do rosto, pescoço e braços, durante 15-20 minutos, é suficiente para a produção da quantidade adequada de vitamina D. Porém, o vidro e os protetores solares bloqueiam a produção de vitamina D e as nuvens podem filtrar uma parte dos raios solares, mas as queimaduras são sempre possíveis, mesmo com o tempo nublado.

Desenganem-se se pensam que apenas na praia é necessário ter cuidado com a exposição exagerada ao raios solares.

A quantidade de UVB aumenta em 4%, de cada vez que subimos 300 metros de altitude. Também o poder de reflexão é diferente se estivermos perante neve (85%), areia (17%), água (5%) ou relva (3%). Desta maneira, na montanha, sobretudo com neve, aumentam exponencialmente os perigos inerentes aos raios UVB, devido à altitude e à reflexão.

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Os cuidados a ter com a exposição aos raios solares devem ser redobrados no caso de crianças, pois tem uma pela mais fina e mais sensível, pelo que a barreira ao sol é pouco eficaz e os raios ultravioleta penetram mais facilmente. O processo de pigmentação que protege a pele das crianças, está ainda pouco desenvolvido, a transpiração é pouco abundante, aumentando a sensibilidade às variações de temperatura, às queimaduras solares e à desidratação.

Estas agressões solares durante a infância alteram irreversivelmente o sistema de defesa cutâneo, os danos celulares são definitivos e ao longo da vida essa pessoa terá sempre uma pele vulnerável.

Os cremes protectores serão sempre uma protecção adicional, mas é necessário reter, que a melhor solução passa por uma exposição progressiva, evitar as horas de maior intensidade solar, manter-se hidratado e alternar pequenos períodos de exposição, com descanso nas sombras e ambientes mais frescos.

publicado por Brito Ribeiro às 15:05
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A concessão da prospecção e exploração de lítio, um mineral de importância estratégica para incorporar em baterias de alto rendimento, tem dividido opiniões, tanto mais que uma das zonas em causa é na Serra D’Arga.

A fazer fé nas declarações do Ministro da Economia, Pedro Cisa Vieira, o Governo prepara-se para lançar oito novos concursos até ao final do ano, para exploração de lítio.

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Os interesses são imensos e envolvem as maiores empresas de extracção mineira nível mundial. Em Portugal existem minas de extracção de lítio para a indústria cerâmica, mas nenhuma extrai o óxido do mesmo mineral para as baterias dos carros eléctricos, que é o ponto de viragem que tem revolucionado o sector. Espera-se que em 2025 a procura de lítio em todo o mundo esteja nas 300.000 toneladas anuais, necessárias para satisfazer a crescente reconversão da indústria automóvel, na migração entre o motor de combustão e o motor eléctrico. Isso implicará o aumento em dez vezes a necessidade do lítio em relação à procura actual.

É o cenário ideal para a especulação e as grandes empresas mineiras encaram a posse de concessões, como activos seguros de um mineral que já se valorizou 200% nos últimos três anos.

No caso concreto da Serra d’Arga, soube-se que a empresa concessionária terá desistido da prospecção, mas não é seguro que outra empresa não tome o lugar da primeira.

Por outro lado, no Fojo (concelhos de Melgaço, Monção e Arcos de Valdevez), estão referenciados mais de 70 Km2 de área de prospecção e pesquisa de minerais, designadamente de lítio. Esta área inclui a zona da nascente do rio Vez e a aldeia de Sistelo, altamente valorizada nos roteiros de turismo de natureza.

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Seja na Serra D’Arga ou no Fojo, com a exploração mineral de lítio, fica em risco de colapso toda a promoção e valorização territorial, baseado na qualidade do ar, da água, da paisagem e da vida rural, aquilo que alguns gostam de designar como “mosaico de paisagens”.

A importância do lítio não deve ser posta em causa, mas não se pode pôr em risco o potencial turístico da região, nem da qualidade de vida das populações, que veriam o seu cotidiano sofrer brutais alterações e não são as meras promessas de estudos de impacto ambiental que sossegam os corações e as mentes sobressaltadas. Todos nós sabemos o que representam os estudos de impacto ambiental perante os interesses económicos.

É fundamental que os nossos autarcas se posicionem inequivocamente na salvaguarda dos interesses das populações, do património natural e da coesão territorial, sem ceder às pressões políticas e económicas vindas de onde vierem.

publicado por Brito Ribeiro às 14:59
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