Ambiente, história, património, opinião, contos, pesca e humor

06
Abr 19

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publicado por Brito Ribeiro às 12:12

Está cada vez mais na ordem do dia a questão dos impactos do plástico no meio ambiente e na cadeia alimentar.

Cerca de 80% de todo o lixo marinho é composto por plástico e a tendência é para aumentar. Por ano são despejados, directa ou indirectamente nos oceanos perto de 13 milhões de toneladas de plástico, desde garrafas, sacos, embalagens ou equipamentos de pesca.

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Os plásticos são fabricados a partir de petróleo e persistem no meio ambiente durante séculos. O plástico nunca se degrada completamente, apenas se decompõe em pedaços de menor dimensão. A grande maioria dos bocados de plástico no oceano tem menos de 5 milímetros de tamanho, pelo que os peixes muitas vezes os confundem com fitoplâncton.

Todas as espécies de tartarugas marinhas, metade dos mamíferos marinhos e um quarto das aves marinhas já foram emaranhados ou ingeriram plástico/lixo marinho.

Isto significa que qualquer pessoa que consuma uma “quantidade média” de peixe e marisco ingere aproximadamente 11.000 partículas de plástico por ano, o que é um pouco assustador se considerarmos que a exposição excessiva a produtos químicos/componentes do plástico pode originar certos tipos de cancro, distúrbios imunológicos e obesidade.

É preciso reduzir drasticamente a utilização de plástico descartável e mudar a forma como nós, enquanto cidadãos e consumidores, nos relacionamos com estes materiais. Será necessária uma verdadeira revolução na sociedade, desde o Estado, a industria e o consumo, para alterar radicalmente o paradigma existente, algo que se me afigura difícil nos tempos mais próximos.

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No entanto, há um conjunto de acções que podem ser facilmente implementadas por cada um de nós no dia-a-dia. Coisas tão fáceis como reduzir o consumo de embalagens plásticas, reutilizar as embalagens evitando o uso único ou encaminhando o plástico descartável para a reciclagem. Ao fim ao cabo, promover a política dos 3 Rs, Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

Por exemplo, garrafas, copos, palhinhas, cotonetes, toalhitas ou sacos podem ser alvo de medidas domésticas tendentes a reduzir ou mesmo abolir o seu consumo.

Em Portugal, a sensibilização sobre o impacto das escolhas individuais no meio ambiente está a aumentar. Nos últimos dois anos, o uso de sacos de plástico leves tem diminuído substancialmente com a aplicação da Legislação Europeia, aplicando-se uma taxa adicional sobre a sua utilização.

Prova-se assim que é possível criar alternativas sustentáveis ao consumo desregrado de plástico com medidas bem ponderadas, pelo que o Estado, os seus agentes locais como as autarquias e até as associações de defesa do ambiente tem uma palavra importantíssima no novo ciclo que desejamos:

  • Influenciar a comunidade a ter comportamento responsável e hábitos de consumo amigos do ambiente.
  • Criar uma consciência ambiental que promova a utilização de alternativas à louça descartável na restauração e eventos (musicais, gastronómicos, etc.)
  • Garantir que a separação de embalagens de plástico seja sempre efectuada, eliminando-se as principais barreiras (distancia ao ecoponto e disponibilidade de equipamento para separação no estabelecimento (restauração, comércio e industria).
  • Maior conhecimento, lançando o Guia de boas práticas ambientais para o canal HORECA (hotéis, restaurantes e cafés), premiando atitudes sustentáveis.

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Temos de persistir na atitude de compromisso de todos para avançar com a transição necessária, utilizando melhor os recursos, contabilizando todos os custos e malefícios do plástico, reduzindo assim o impacte dos plásticos descartáveis no Ambiente e no meio marinho em particular.

Sem dúvida, este é o caminho.

 

 

 

publicado por Brito Ribeiro às 10:59
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