Ambiente, história, património, opinião, contos, pesca e humor

23
Jul 14

Nunca estive de acordo com a instalação de um parque radical junto do Dólmen da Barrosa. Disse-o quando estavam a construir, repito-o agora, mais uma vez. Entendo que este tipo de equipamento poderia ter outra localização mais adequada, por exemplo junto à área escolar e das piscinas ou, em alternativa, no Monte Calvário, isto para não se cair na tentação de concentrar no litoral mais um equipamento.

O Dólmen da Barrosa, classificado como Monumento Nacional desde 1910, tem uma área de protecção que foi violada ostensivamente com esta construção, apesar das denúncias feitas por várias entidades, junto do organismo público que tutela o sector. Assistiu-se a um lavar de mãos ou um fechar de olhos, provavelmente por ter acontecido nas vésperas das eleições autárquicas.

É triste quando uma questão de cumprimento da lei, fica sujeita aos humores e às carrancas de interesses alheios. Enfim…

Voltemos à questão principal; junto ao Dólmen, o que deveria ser feito era um centro interpretativo de arqueologia ou, melhor ainda, um núcleo museológico que reunisse o espólio, não só daquele monumento funerário, mas também outros artefactos recolhidos no Vale do Âncora, que estão hoje na posse do Centro Social e Cultural de Vila Praia de Âncora, do NAIAA (Núcleo Amador de Investigação Arqueológica de Afife) e outros.

Não faz sentido haver imensos objectos recolhidos, representativos do modo de vida daqueles tempos pré-históricos e estarem encerrados, longe da vista do público, designadamente dos jovens em idade escolar, sem cumprir a obrigação pedagógica subjacente à sua recolha.

Por outro lado, o conceito actual de museologia, impõe que as colecções e as mostras sejam dinâmicas e esclarecidas, sendo necessário uma vertente de investigação, geralmente associada a pólos universitários. Ora, tendo nós o site specific, que pode ser traduzido de forma muito abrangente como “local apropriado”, não vejo porque se insiste em ideias esdrúxulas, como o parque radical e um campo de vólei de praia, não se avançando com um projecto de valorização cultural do Dólmen da Barrosa e sua envolvente. Ou será que a matriz cultural do Concelho continua a ser festas e regabofes?

Não podia terminar sem denunciar as condições em que encontrei o local, como as fotos documentam. Enquanto estiver lá a Academia de Patins, ao menos que se faça a limpeza de manutenção, de modo a dar ao local a dignidade que merece.

Lixo espalhado pelo piso. Pode-se ver que parte do muro caiu
O outro lado do muro, parte tombado e o restante com "barriga" e em perigo de derrocada
Mais lixo espalhado
Entulho que não foi retirado no fim da obra
Equipamento e entulho que o empreiteiro não retirou
Se é uma tela de protecção devia ter sido coberta com terra
publicado por Brito Ribeiro às 09:49
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22
Jul 14
Foto do final do ano de 1968, com as quatro irmãs. da esquerda para a direita, Felisbela Meira, Arminda Gomes, Maria José Ribeiro e Julieta Castilho.
publicado por Brito Ribeiro às 11:46

07
Jul 14

Desde que António Costa começou a falar para o exterior, deixando a discussão quezilenta do entre muros partidário para um único protagonista, sentiu-se uma brisa fresca a trespassar a modorra bolorenta da crise e das desgraças anunciadas a vozes contraditas, de quaisquer esganiçados do governo.

Costa está a falar para os socialistas de sempre e para aquele milhão de eleitores que alteram frequentemente o sentido do seu voto. Finalmente há alguém a pensar em português, depois de anos de oposição segurista, a mastigar um combinado de puré e óleo de fritar churros, sem coerência, sem garra e sem mobilizar expectativas, como se confirmou no último acto eleitoral, mostrando que há novas formas de intervenção no espaço público, à custa da destruturação dos velhos modelos.

Aconteceu pela primeira vez em Portugal que a intervenção no espaço público rasgou as barreiras da formalidade desse mesmo espaço, não disfarçando a fraca representatividade que o actual sistema político revela, traduzido nos níveis recorde de abstenção e no aumento da base eleitoral dos partidos, ditos anti-sistema.

Não foi por acaso que A. J. Seguro, após ser eleito secretário-geral, alterou os estatutos do partido, entrincheirando-se de qualquer ataque à sua liderança até às próximas legislativas. A cereja em cima do bolo é a questão das primárias, oferecida como alternativa ao congresso, exemplo maior das boas práticas socialistas.

Quem não deve, não teme e Seguro mostrou que teme e mal se segura nas canetas, por muitas contas que faça, por muitas federações a que se alape, por muitas espingardas que imagine ter.

Desenganem-se todos aqueles que vêem em Costa a salvação messiânica, a cura para todas as maleitas, qual anti-inflamatório genérico, que podemos prescrever a eito.

Não faço parte desse grupo, mas parece-me que não há comparação entre o pensamento estruturado de Costa e a postura engaiolada de Seguro. Agora que foi empurrado para fora da dita, encontra em cada esquina motivo para denegrir o seu adversário, deixando aos seus desesperados apoiantes a tarefa de esbracejarem ao governo. Se não fosse pelo dramático da situação, seria interessante ver Seguro a formar governo com sapientes ministros, como Álvaro Beleza, Eurico Brilhante Dias, Carlos Zorrinho, João Proença ou Alberto Martins.

Mas o avanço e disponibilidade de Costa, não importunaram apenas o ainda secretário-geral do Partido Socialista. Foi um murro no estomago do governo, do PCP e de um Bloco de Esquerda frágil e desavindo. A emergência de Costa como candidato a líder do PS, face aos estatutos internos e outros condicionalismos do modelo partidário actual, nunca seria possível se não tivesse encontrado na sociedade civil acolhimento tal, que se impôs ao partido e ao seu "aparelho".

Costa sabe que tem de pescar à esquerda eleitorado imprescindível para chegar ao poder, abrindo o espaço natural dos socialistas, fugindo do pântano central onde tantas vezes se refugiam e onde são invariavelmente esmagados pelos partidos de direita.

publicado por Brito Ribeiro às 16:47

06
Jul 14

A revista Domingo do Correio da Manhã, publicou hoje um artigo sobre o passado da nossa praia, para o qual dei um pequeno contributo, cedendo algumas fotos e informações aos jornalistas Marta Silva e José Lima.

 

publicado por Brito Ribeiro às 11:10

05
Jul 14

Este é um documento inestimavel da vivencia nos mares do norte, partilhado na primeira pessoa, onde os nossos conterrâneos labutavam em condições muito duras.

Ora para fugir à fome, ora para escapar ao serviço militar, a ida ao bacalhau passou de geração em geração até ao advento da democracia, quando as condições infra humanas praticadas, foram contestadas e irradicadas.

Em boa hora a Câmara Municipal de Caminha decidiu reunir para memória futura este conjunto de testemunhos, que contribuem decisivamente para se escrever a história deste povo marinheiro.

publicado por Brito Ribeiro às 16:00
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