Ambiente, história, património, opinião, contos, pesca e humor

27
Ago 13

As obras estão terminadas a inauguração aconteceu com pompa e circunstancia (há eleições daqui a um mês), mas não está encerrado o tema, pelo contrário, inicia-se agora uma nova fase relacionada com a utilização das valências implantadas no requalificado Campo do Castelo, em Vila Praia de Âncora.

Não venho aqui discutir conceitos arquitectónicos subjectivos e ainda menos conceitos estéticos. Deixo isso para quem se sente confortável no papel minimalista do gosto/não gosto.

Porém, não pensem que não tenho opinião sobre aquilo que foi construído. Vejamos as premissas iniciais:

  • A “estrela da companhia” devia ser o Forte da Lagarteira, salvaguardando-se o necessário destaque
  • Era necessário construir alguns equipamentos de apoio
  • Evitar as intrusões visuais na paisagem, limitando ao mínimo as construções e as volumetrias.

 

O único ponto totalmente conseguido foi o da construção dos equipamentos de apoio. Nos restantes pontos, o destaque dado ao Forte da Lagarteira foi parcialmente conseguido, mas as intrusões visuais na paisagem foram um falhanço clamoroso. Há casos de volumetria exagerada, cérceas não justificadas e até construções de duvidosa utilidade ou necessidade.

Falhou o bom senso do dono da obra e, especialmente, da parte da autarquia impunha-se uma atenção redobrada na detecção e alerta para estes problemas.

Ainda há dias a Câmara Municipal organizou uma visita ao Forte da Lagarteira e de seguida uma feira, mas faltam ideias e ambição para a utilização diária, sistemática e benéfica, deste monumento.

Melhor do que abrir esporadicamente este monumento é dar-lhe utilidade pública, ocorrendo-me que o posto de turismo estaria aí muito bem instalado. Seria um excelente momento promocional da nossa história, receber qualquer visitante num monumento classificado, preservado, com uma área adjacente bem arranjada e com uma paisagem magnífica sobre o porto e o oceano. Quantas terras se podem orgulhar disso?

Além disso, em Vila Praia de Âncora tem de se criar uma nova centralidade em redor do Portinho e do Campo do Castelo. De contrário, se isso não acontecer, concluo que a obra de requalificação foi dinheiro deitado fora e isso é a ultima coisa que devemos fazer, pois a conjuntura nacional já é suficientemente má, mesmo sem a nossa contribuição.

Se o Forte da Lagarteira tem as características de ser uma “âncora” nesta nova centralidade, o equipamento de restauração com esplanada, a plataforma debruçada sobre as águas do porto e o espaço envolvente com capacidade para alojar toda uma diversidade de eventos sociais e culturais, são tentáculos de uma rede de sítios e valências que têm de ser potencializadas.

Agora, um alerta para os comportamentos pouco civilizados de algumas pessoas que tem de mudar, sob pena de se estar a estragar uma possível fonte de rendimentos e de desenvolvimento, abrindo portas à degradação e à imundice.

Não é admissível continuar a espalhar aparelhos e outros equipamentos de pesca, deixando-os “ao Deus dará” em qualquer sítio, sem o mínimo de respeito e de princípios cívicos. Um sítio bem arrumado é meio caminho andado para se tornar um local aprazível; pelo contrário, lixo atrai lixo, degradação e vandalismo.

Estamos certamente todos de acordo que o Campo do Castelo, apesar de algumas deficiências, está melhor que antes, haja vontade política para lhe conferir a tal centralidade que referi, de forma a valorizar a frente ribeirinha de Vila Praia de Âncora.

publicado por Brito Ribeiro às 09:44
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