Ambiente, história, património, opinião, contos, pesca e humor

24
Jul 09

Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007), teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta.

 
Precisa-se de matéria prima para construir um País 
 Eduardo Prado Coelho - in Público
 
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres.
Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para  nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.
 
O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL,  DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.
Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,  como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.
Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque  conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
 
Pertenço a um país:
-Onde a falta de pontualidade é um hábito;
-Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.
-Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo  nas ruas e, depois, reclamam do governo por não limpar os esgotos.
-Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.
-Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória  política, histórica nem económica.
-Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.
Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.
-Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços,
ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.
-Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.
-Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.
 
Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
 
Não. Não. Não. Já basta!
 
Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa. Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evoluiaté se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor,mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.
Nem serviu Barroso, nem Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
 
Qual é a alternativa ? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados... igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento  como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.
 
Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
 
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.  
E você, o que pensa ?... MEDITE !
 
Eduardo Prado Coelho
publicado por Brito Ribeiro às 11:34
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17
Jul 09

 

Recebi estas fotos de um amigo e não resisto a publicá-las, porque me parece um tema pertinente e ao qual já me referi em tempos (ver aqui o artigo).

Infelizmente o problema tem vindo a agravar-se com o aumento exponencial de utilizadores sem a respectiva contrapartida, leia-se, infraestruturas, ordenamento e regras.

 

 

 

 

 

publicado por Brito Ribeiro às 11:45
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14
Jul 09

No mundo, a cada ano morrem milhões de pessoas vítimas da Malária que se podia prevenir com um simples mosquiteiro! Os noticiários, disto nada falam!

 
No mundo, por ano morrem 2 milhões de crianças com diarreia que se poderia evitar com um simples soro que custa 25 cêntimos! Os noticiários disto nada falam!
 
Sarampo, cólera, pneumonia e enfermidades curáveis com vacinas baratas, provocam a morte de 10 milhões de pessoas a cada ano! Os noticiários disto nada falam!
 
Mas há cerca de 10 anos, quando apareceu a famosa gripe das aves... os noticiários mundiais inundaram-se de notícias. Uma epidemia, a mais perigosa de todas...Uma Pandemia!!! Só se falava da terrífica enfermidade das aves.
Não obstante, a gripe das aves apenas causou a morte de 250 pessoas, em 10 anos...25 mortos por ano!
A gripe comum, mata por ano meio milhão de pessoas no mundo. Meio milhão contra 25.
 
Um momento, um momento!... Então, porque se armou tanto escândalo com a gripe das aves?
Porque atrás desses frangos havia um "galo", um galo de crista grande. A farmacêutica transnacional Roche, com o seu famoso Tamiflú, vendeu milhões de doses aos países asiáticos. Ainda que o Tamiflú seja de duvidosa eficácia, só o governo britânico comprou 14 milhões de doses para prevenir a sua população. Imaginem quantas doses terão vendido a países como o Vietenam, Malásia, Filipinas e outros países da região.
 
Com a gripe das aves, a Roche e a Relenza, as duas maiores empresas farmacêuticas que vendem os antivirais, obtiveram biliões de dólares de lucro: antes com os frangos e agora com os porcos.
 
-Sim, agora começou a psicose da gripe dos porcos. E todos os noticiários do mundo só falam disso...
-Já não se fala da crise económica, das vigarices de banqueiros, conselheiros, governantes e autarcas. Já não se fala dos torturados em Guantánamo, do golpe militar das Honduras, do massacre de populações na China…
-Só a gripe A, gripe espanhola, também designada por H1N1, por Influenza ou ainda gripe dos porcos...
-E eu pergunto-me: se atrás dos frangos havia um "galo", será que atrás dos porcos... não haverá um "grande porco"?
 
A empresa norte-americana Gilead Sciences tem a patente do Tamiflú. O principal accionista desta empresa é nada menos que um personagem sinistro, Donald Rumsfeld, secretario da defesa de George W. Bush, artífice da guerra contra Iraque e um dos líderes da poderosíssima rede de fabricantes de armas americanos.
 
Os accionistas das farmacêuticas Roche e Relenza estão esfregando as mãos, estão felizes pelas suas vendas novamente milionárias com o duvidoso Tamiflú. A verdadeira pandemia é de lucro, os enormes lucros destes mercenários da saúde.
Não critico as necessárias medidas de precaução que estão a ser tomadas pelos países. Ainda bem que assim é!
Mas se a gripe A é uma pandemia tão terrível, como anunciam os meios de comunicação e se a Organização Mundial de Saúde se preocupa tanto com esta enfermidade, porque não a declara como um problema de saúde pública mundial e autoriza o fabrico de medicamentos genéricos para combatê-la?
 
Prescindir das patentes da Roche e da Relenza e distribuir medicamentos genéricos gratuitos a todos os países, especialmente os pobres, deve ser o objectivo. Essa será, com toda a certeza, a melhor solução.
 
publicado por Brito Ribeiro às 11:45
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09
Jul 09

Localização – Viana do Castelo, Afife, Lugar da Gelfa

 
Protecção – Inexistente
 
Utilização Inicial - Funerária. Mamoa
 
Época Construção - Pré-história
 
 
 
Situação actual - Debaixo de montes de silvas, austrálias e demais mato, esconde-se um dos mais importantes monumentos megalíticos funerários de Portugal - A Mamoa da Eireira em Afife.
Este monumento encontra-se completamente ao abandono, sendo o mato que o cobre a sua "única protecção" que possui.


 
 
Objecto de estudo aprofundado entre 1986-1989, por uma Equipa liderada por Eduardo Jorge Lopes da Silva, o qual a descreveu como:
Aqui (Afife), a arquitectura dolménica viria a configurar-se como uma estrutura com corredor duplamente indiferenciado, assemelhando-se às áleas cobertas francesas. Na verdade, este monumento apresenta todos os esteios com a mesma altura, com acentuada inclinação para o interior. Trata-se de uma estrutura sem paralelos conhecidos, até hoje, no nosso País.
in "Novos dados sobre o Megalitismo do Norte de Portugal" - EDUARDO JORGE LOPES DA SILVA
 
 
 
 
publicado por Brito Ribeiro às 12:18

05
Jul 09

Após um longo período encerrado (cerca de quatro anos), o Centro de Interpretação da Serra D’Arga (CISA) abriu portas no passado mês de Junho. Ainda não tivera oportunidade de visitar este equipamento turístico de apoio e como hoje me apeteceu dar uma volta pela serra, aproveitei para fazer uma visita ao Centro. O tempo é que não ajudou e de Arga de S. João para a frente, estava um nevoeiro bastante denso, que mais tarde desapareceu.

Esta é mais uma característica da montanha, com o tempo a variar, às vezes, no espaço de alguns minutos.

 

 

O CISA está implantado à entrada da Freguesia de Arga de Baixo numa antiga casa da Guarda Florestal, que foi adaptada para o efeito.
O aspecto está agradável, quer no exterior, quer no interior. No centro da sala uma vitrina com amostras de minérios extraídos das entranhas da serra, nomeadamente nas Minas de Covas. Pelas paredes, diversos painéis de fácil interpretação mostram ao visitante os diversos agentes da fauna e da flora autóctone, assim como diversas paisagens, matéria na qual a Serra D’Arga é fértil.
O atendimento no CISA foi simpático e eficiente, tendo-me sido oferecidos diversos folhetos com informação sobre percursos pedestres sinalizados, um folheto sobre o artesanato do Concelho, um mapa sobre a natureza no espaço da Valimar e o prospecto genérico “Caminha, Mosaico de Paisagens”. Não recolhi o mapa do Concelho por me ser desnecessário e a funcionária guiou-me até à pequena horta pedagógica onde desenvolvem plantas aromáticas e hortícolas, bem como ao anexo onde está o forno do pão e um espaço próprio para actividades educativas.
A abertura do CISA é um contributo importante para a divulgação do património serrano e importa dar-lhe o destaque institucional necessário, assim como programar com as diversas comunidades escolares da região variadas acções, no sentido de proporcionar às crianças uma educação ambiental activa.
 
 
publicado por Brito Ribeiro às 18:47
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01
Jul 09

A estrada entrava e atravessava Gontinhães paralela à via férrea. Poucos anos mais tarde essa estrada iria designar-se Rua 5 de Outubro, topónimo que persiste até à actualidade.

 

 

O carrinho da fotografia poderá ser algum meio de transporte de mercadorias entre o centro da povoação e a estação do caminho de ferro situada ali perto.

 

 

Panorâmica actual da mesma rua. Apenas continua a existir uma casa, ao fundo, no lado direito da foto.

publicado por Brito Ribeiro às 10:02

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