Ambiente, história, património, opinião, contos, pesca e humor

29
Mar 09

Por diversas vezes tinha ouvido referências elogiosas ao parque de Salvaterra de Miño, junto ao rio, frente a Monção, aqui tão perto.

Mas quisera o acaso de nunca ter ido confirmar se o dito parque era realmente tão interessante quanto o gabavam. Umas voltas pelas aldeias de Melgaço e na volta, ao fim da tarde, um pequeno desvio até Salvaterra.
Logo a seguir à ponte internacional corta-se à esquerda e estamos em cima do “Parque publico a Canuda”, uma enorme área ribeirinha que acompanha o Rio Minho em mais de um quilómetro e meio.
Da última vez que por lá tinha passado, há cerca de vinte anos, tinha-me ficado a recordação de um pequeno povoado com uma zona tipo “descampado” à beira rio e meia dúzia de mercearias, onde os portugueses de Monção se abasteciam depois de passarem num ferry-boat que deslizava ao longo de um cabo de vai e vem sobre as águas revoltas do Minho. Para quem fazia o trajecto pela primeira vez era assustador, pois se o cabo rebentasse vínhamos todos parar a Valença num instante… e sem pagar bilhete adicional.
Por isso, muito me admirei quando no primeiro relance pousei a vista sobre uma área, que mais tarde vim a apurar ter oito hectares, finamente trabalhados para usufruto dos miúdos e graúdos.
Seria fastidioso estar aqui a descrever pormenorizadamente as valências do espaço, mas com umas fotos e alguns comentários penso que será esclarecedor.

 

 

Um longo relvado

 

Rotunda central do parque. Ao fundo uma pequena herdade pedagógica com animais (porco, cabra, ovelha, perú, etc.) e exemplares de espécies vegetais (hortaliças, plantas aromáticas, roseiras, árvores,etc.)

 

Aspecto parcial da herdade pedagágica (canteiro de plantas medicinais)

 

O Parque infantil é espectacular

 

Campo de jogos (ping pong, petanque, cartas, tabuleiro, etc.)

 

Parte dos aparelhos do circuito de manutenção

 

Alguns aparelhos de mobilização e geriatria

 

Neste lago com 140 metros de comprimento pode-se andar de barco, lado a lado com cisnes e patos de diverses espécies

 

Outra área relvada e arborizada

 

Um dos conjuntos de gaiolas para aves ornamentais (faisões, galinholas, pavões, etc.)

 

Outro lago com cisnes

 

Anfiteatro e praça de espectáculos

 

Passeio marginal, ciclopista e rio Minho

 

Início da ecopista (5,4 Km) junto ao rio, só autorizada a peões, conforme se pode ler na placa

 

Não fotografei, mas ainda me recordo de ter visto um parque unicamente para os miudos andarem de bicicleta e aprenderem as regras e os sinais de transito, um grande parque de merendas, dois campos de jogos de bola, dois blocos de sanitários, uma pequena área de exposição sobre o Rio Minho (suas espécies e engenhos de pesca) e outra exposição de alfaias agrícolas.

Todas as areas de circulação são em saibro, a iluminação é proporcionada por potentes holofotes colocados em altas torres, que tambem suportam os altifalantes que debita musica ambiente.

Não estabeleço paralelismos com outros parques (pelo menos, por agora), mas vê-se que este espaço público está pensado para proporcionar de forma simples e descomprometida um ambiente relaxante e variado, onde a família pode-se deliciar ao longo do dia, desde os mais pequenos aos mais idosos.

Não esquecer de levar merendeiro, pois é quase uma obrigação degustar um bom petisco neste ambiente fantástico.

publicado por Brito Ribeiro às 16:37
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26
Mar 09

Estava eu à procura de algo para ler, quando encontrei umas poesias avulsas de Ruy Monte, pseudónimo literário de Laurentino Monteiro. Foram essas mesmas folhas descasadas, agrafadas no canto, que eu levei para o sofá e me fizeram companhia durante algum tempo.

A certo ponto, dei por mim a pensar no autor, já completamente distraído da obra, no caso, uns sonetos mordazes e bem-humorados. Conheci o Professor Monteiro há cerca de quarenta anos, era eu um miúdo de dez anos, magricela, mas espigado, turbulento quanto baste, motivo pelo qual às vezes me tratava por “pato bravo”. Era normalmente o primeiro aviso, porque de seguida, persistisse eu na asneira, podia cair algum cachaço.
Ainda retenho com nitidez a imagem dele a fixar-me por cima dos óculos pendurados na ponta do nariz, durante as aulas no saudoso Externato de Santa Rita.
Vamos deixar por agora o Externato e retomar a pequena nota biográfica de Laurentino Alves Monteiro.
Nasceu em Fafe, em 24 de Julho de 1902 e faleceu no Hospital de S. João, no Porto, em 7 de Julho de 1986, jazendo no cemitério de Moledo do Minho, Concelho de Caminha, onde viveu nas duas ultimas décadas da sua existência.
Possuía o curso completo do Seminário Conciliar de Braga e foi aluno do grande musicólogo Padre Alaio, fundador do Orfeão de Braga, com quem aprendeu piano, órgão e canto.
Abandonada a vocação sacerdotal, Laurentino Monteiro casou e enveredou pela carreira de professor do ensino secundário (particular) ao longo de 55 anos da sua vida e quase até ao seu termo.
Obteve o diploma do então designado Ministério da Instrução Pública, em 3 de Fevereiro de 1932, o qual lhe conferia autorização para ensinar as disciplinas de Português, Latim, Francês e Geografia.
Leccionando então em Fafe, esteve ligado ao antigo Liceu Rodrigo de Freitas no Porto, onde o seu nome consta do livro de Registo respectivo, nas folhas 56 e verso, com o número 410.
Nesse mesmo ano de 1932, o seu nome e a sua habilitação são registados no Liceu Carolina Michaelis no Porto e também no Liceu Alexandre Herculano.
 
Durante a sua carreira docente, leccionou nos Colégios do Carmo (Penafiel) e em 1938 já é professor no Colégio D. Nuno (Póvoa de Varzim). Mais tarde leccionou nos colégios em Belinho (Esposende), Santa Rita (Caminha) e Campos (Vila Nova de Cerveira), nas duas últimas décadas da sua existência.
Laurentino Monteiro foi um dos fundadores do Orfeão de Fafe, nos anos 20 do século passado, no qual cantou largo tempo e que dirigiu na sua primeira fase.
Foi fundador e director artístico de diversos orfeões académicos, sendo director artístico do Orfeão de Vila Praia de Âncora, de 1966 a 1974 e do qual foi eleito Sócio de Honra.
 
Na Póvoa de Varzim viveu durante cerca de três décadas, a partir do final dos anos 30. Quando estava ligado ao Colégio D. Nuno, do qual chegou a ser director pedagógico, o então professor, participou activamente da vida poveira, integrando a maioria das associações culturais, recreativas e religiosas, como o Clube Desportivo da Póvoa (de que foi um dos fundadores e presidente), o Clube Naval, o Varzim Sport Clube, os Bombeiros (de que foi vice-presidente), o Orfeão Poveiro e outras agremiações locais e fundando o Rancho do Castelo, tendo sido autor de grande parte das músicas e das letras daquele grupo folclórico.
Em Caminha, desenvolveu também intensa actividade nas associações etnográficas e culturais.
Convidado pelo Dr. José da Costa Fonseca a leccionar no Externato de Santa Rita de Caminha, é com ele e com o Padre José Passos Vaz, Germano Ramalhosa, D. Maria Zita Mancelos Sampaio e D. Maria Fernanda Rodrigues que é criado no dito externato, o 2º Ciclo do então curso secundário liceal, que funcionou como curso unificado até ao ano de 1983/1984, data em que o Colégio de Santa Rita de Campos (Cooperativa de Ensino), começou a funcionar e de que o Professor Laurentino Monteiro foi um dos sócios fundadores.
Literariamente usava o pseudónimo de Ruy Monte e a sua obra é rica de conteúdo, quer em prosa, quer em verso.
Desde cedo ligado ao jornalismo, colaborou em diversos periódicos das cidades por onde foi passando. Na Póvoa de Varzim ocupou lugar de relevo entre os colaboradores do Comércio da Póvoa, enquanto em Caminha colaborou no jornal Caminhense e na revista Caminiana. Em Fafe, publicou dezenas de textos em verso e em prosa no extinto Justiça de Fafe.
Publicou o seu primeiro livro de poemas, com o título “Entre as Mulheres”, em 1984, quando contava 82 anos de idade. A sua obra dispersa por jornais e revistas foi reunida em dois volumes, que estão desde 2007, finalmente, à disposição dos leitores, por iniciativa do Núcleo de Artes e Letras de Fafe.
 
Foi com este homem que privei durante cinco anos no Externato de Santa Rita, onde foi meu professor de Português, Francês, Ciências, História e Geografia, se não esqueci alguma…
Tantos anos passados, recordo em primeiro lugar o homem bom e simples que não alardeava a sua imensa cultura (como hoje muitos o fazem, acenando “canudos” de origem duvidosa), pedagogo exigente como poucos, frontal nas opiniões, mas compincha por natureza.
Não irei debruçar-me sobre os métodos pedagógicos então utilizados e que passavam muitas vezes por castigos corporais. Eu que o diga, que era habitualmente um dos premiados. O certo é que aluno que lhe passasse pelas mãos ia bem preparado para o exame ou então, ele mesmo dizia que não o “levava”.
As pantufas usadas no Inverno, o guarda-chuva sem cacheira que ninguém roubava, a temida caderneta na qual tudo era apontado, eram a sua imagem de marca.
Mais tarde, ainda o encontrei no Orfeão de Vila Praia de Âncora, quando já não era director artístico, após ter passado a responsabilidade ao Dr. Francisco Sampaio, mas ainda era um orfeonista activo, enquanto eu era apenas um jovem elemento da secção de teatro.
O texto vai longo, vou deixar para outra vez a recordação de algumas peripécias, mas não posso terminar sem expressar a mágoa de ver que um dos maiores poetas líricos do Minho, um exemplar, esforçado e competente trabalhador que dedicou a sua vida ao ensino, ainda não teve qualquer homenagem digna, que perpetue o seu nome e divulgue a sua obra.
  
publicado por Brito Ribeiro às 16:37
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15
Mar 09

É o moinho mais próximo (um quilómetro) da foz do Rio Âncora. Construído na margem esquerda do rio, no Lugar do Paredão teve a sua origem nos fins do século XVIII ou início do XIX.

Era uma construção ampla, com uma área coberta de 97 m/2. O pavimento era em madeira e paredes em granito. A cobertura e o beirado eram em telha romana.
 
Foto de 1901; um passadiço em madeira garantia a passagem para a margem direita
O regime de exploração era directo, permanente e pertencia a um único proprietário. Depois de décadas sem funcionar e em adiantado estado de degradação foi vendido e adaptado a habitação.
O mecanismo motor era formado por duas moendas e as mós tinham um diâmetro de 1,15 metros. As moegas tinham formato piramidal e os caneleiros de V e U aberto. O martelo ou chamadouro era uma roda de cortiça.
Foto de 1960; já não havia passadiço e o moinho só tinha uma roda
O mecanismo motor era constituído por duas rodas verticais de propulsão inferior com 1,30 metros de diâmetro.
A condução da água era realizada desde o açude até às rodas das azenhas por caleiras de madeira.
Fontes: “Moinhos do Rio Âncora” de J. Vasconcelos
publicado por Brito Ribeiro às 16:08

10
Mar 09

Nas proximidades da Foz do Minho, entre a Mata Nacional do Camarido e a praia do Cabedelo, havia um extenso areal que foi destruído pelas correntes incontroladas do mesmo curso de água.

Na década de vinte do século passado, uma seca de bacalhau e instalações para armazenagem e comercialização de peixe seco – sob a responsabilidade de Nazário Dantas Carneiro – tiveram pouco tempo de vida naquele espaço de terra, outrora formado por acumulação de areias e agora abrangido pelo estuário do Minho.
A seca do bacalhau e instalações anexas pertenciam à “Parceria de Navegação e Pesca – A Caminhense”, organizada por Dr. Francisco Odorico Dantas Carneiro, Delfino de Miranda Sampaio, padre Manuel Martins de Sá Pereira e outros em 1922. E a referida associação comunitária teve sede social e escritórios, cuja chefia pertenceu a Frederico Frezas Vital, no prédio da Rua da Corredoura, que actualmente tem os números 69 a 73, em Caminha.
A “Parceria de Navegação e Pesca – A Caminhense” teve ao seu serviço dois navios equipados para a pesca de bacalhau: “Rio Minho” e “Esposende III”. O objectivo da sociedade cooperativa era a pesca de bacalhau nos mares da Terra Nova, para secar e lançar no mercado da especialidade. E os dois lugres saíram do porto de Caminha, pela primeira vez, para a pesca de bacalhau, a 25 de Maio de 1923.
 
Lugres "Rio Minho" e "Esposende III" fundeados no estuário (1922)
O lugre “Rio Minho” foi construído em Caminha, pelo mestre construtor naval Manuel Ferreira Rodrigues em 1921, para o armador Dr. Francisco Odorico Dantas Carneiro e o seu registo na Capitania do porto de Caminha data de 23 de Fevereiro de 1922.
Entrou no porto de Caminha carregado de bacalhau, pela última vez, a 30 de Outubro de 1928. Em seguida foi vendido a um armador do Porto, sendo registado na Capitania do porto daquela cidade a 11 de Abril de 1929, com a denominação de “Silva Rios”.
 
O “Esposende III” saiu do porto de Caminha pela segunda (e última) vez, em 16 de Junho de 1924 com destino aos mares da Terra Nova e com dois dias de viagem, ao largo da cidade galega de Vigo encontrou mal tempo e naufragou.
A embarcação fora construída em Esposende por José Azevedo Linhares, tendo sido lançada à água em28 de Novembro de 1921. Era propriedade do armador Firmino Clemente Loureiro de Esposende e quando naufragou a 18 de Junho de 1924 navegava sob o comando de Manuel Ançã de Ílhavo.
Naquele naufrágio não se perderam vidas humanas, mas a associação comunitária sofreu prejuízos materiais muito elevados. Perdeu o navio com todo o seu equipamento, a carga destinada à manutenção do pessoal durante a permanência no mar e a oportunidade de realizar receitas em devido tempo. Teve ainda de suportar, sem contrapartidas, as despesas de repatriação, indemnização e salários dos tripulantes.
 
Lugre "Rio Minho" e crianças do colégio jesuita de Camposancos (1925)
O ancoradouro dos navios bacalhoeiros no porto de Caminha era no estuário do Minho, junto à seca de bacalhau. Ali morreu afogado em 8 de Fevereiro José Maria Martins Braga, casado, de 25 anos, natural de Vilarelho e morador em Caminha, por ter caído de um navio e desaparecido nas águas profundas do rio. O seu corpo apareceu na volta da Ponta da Ruiva a 26 de Fevereiro do ano referido.
A criação, o equipamento e as actividades da “Parceria de Navegação e Pesca – A Caminhense” deram a Caminha e Vilarelho um relativo surto de desenvolvimento económico e bem-estar social, pelo elevado volume de trabalhadores que ocuparam, em terra e no mar. A situação, porém, durou pouco tempo, porque algumas coisas cedo começaram a correr mal.
Os prejuízos resultantes do naufrágio do “Esposende III”, alguns erros de administração e a crise económica daquela época, em Portugal e no Mundo, tornaram a sociedade cooperativa economicamente inviável. Em 1928 os sócios mais influentes deliberaram suspender a actividade da “Parceria de Navegação e Pesca – A Caminhense”, cuja existência, ao que parece foi sempre irregular. E os pequenos accionistas foram as grandes vítimas daquela decisão: perderam a totalidade dos capitais investidos.
 
O vaivém dos navios de pesca de bacalhau, com lágrimas na despedida e alegria no regresso, durou pouco tempo no porto de Caminha. A população local mal chegou a vida que normalmente resulta da movimentação dos lugares bacalhoeiros noutros portos do país.
Apenas por circunstâncias imprevisíveis e adversas, que ultrapassaram a vontade, a esperança e a inteligência dos homens, a vila de Caminha e arredores perderam, naquela tempo, uma excelente oportunidade de acesso ao desenvolvimento económico e progresso social.
Fonte: Torcato Augusto Ferreira in Caminiana, Tomo 8, Junho de 1983
publicado por Brito Ribeiro às 17:16
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06
Mar 09

Esta é uma mensagem de D. Duarte de Bragança, chefe da Casa Real Portuguesa e presidente de honra do Instituto da Democracia Portuguesa, proferida no passado dia 3 de Março, por ocasião do encerramento do I Congresso Marquês Sá da Bandeira, em Lisboa.

Não professo os ideais monárquicos, mas parece-me que a mensagem de D. Duarte é muito oportuna e bem estruturada, concordando no essencial com a sua análise.
 
PERGUNTAS À DEMOCRACIA
 
“Tem vindo a crescer em Portugal um sentimento de insegurança quanto ao futuro, sentimento avolumado por uma crise internacional, económica e social, de proporções ainda não experimentadas pela maioria dos portugueses. São momentos em que importa colocar perguntas à Democracia que desejamos.
 
Admitindo-se que a situação concreta é grave, torna-se necessário encará-la de frente, antevendo todos os aspectos em que os portugueses experimentam dificuldades.
 
Os tempos de crise vão-nos trazer privações mas também vêm exigir reflexão. Este é o momento de olharmos para o que somos. Para este país tão desaproveitado. Para a sua costa atlântica com Portos tão ameaçados, para uma fronteira tão vulnerabilizada, para
um património cultural tão desaproveitado.
 
Temos de perguntar até onde deixaremos continuar o desordenamento do território, que levou a população a concentrar-se numa estreita faixa do litoral, ocupando as melhores terras agrícolas do país e esquecendo o interior, reduzido a 10% do PIB.
 
Temos de perguntar à economia portuguesa por que razão os bens de produção são despromovidos perante os “serviços”, o imobiliário, e ultimamente, os serviços financeiros. O planeamento das próprias vias de comunicação se subjugou a essa visão.
 
Temos de perguntar até onde o regime democrático aguenta, semana após semana, a perda de confiança nas instituições políticas e uma atitude de “caudilhização” do discurso.
 
Temos de perguntar até onde continuaremos a atribuir recursos financeiros a grandes naufrágios empresariais, ou a aeroportos e barragens faraónicas que são erros económicos.
 
Temos de perguntar até onde o sistema judicial aguenta, sem desguarnecer os direitos dos portugueses, a perda de eficácia e a morosidade crescente dos processos.
 
Temos de perguntar se não deveríamos estabelecer um serviço de voluntariado cívico em que os desempregados possam prestar um contributo à comunidade.
 
Temos de perguntar até onde as polémicas fracturantes que só interessam a uma ínfima minoria política, não ofendem a imensa maioria das famílias, preocupadas com a estabilidade pessoal e económica.
 
Temos de perguntar como vamos aproveitar o ciclo eleitoral que se avizinha, a começar pelas eleições europeias, onde será desejável que apareçam independentes que lutem pelos interesses nacionais.
 
Temos de perguntar se nas relações lusófonas, estamos a dar atenção suficente às relações especiais que sempre existiram entre Portugal e o Brasil.
 
Para ultrapassarmos as dificuldades, precisamos de todos os nossos recursos humanos em direcção a uma economia mais “real”, mais sustentada, mais equitativa, uma economia em que respirem todas as regiões a um mesmo “pulmão”.
 
Apesar de tudo, o nosso sector bancário fugiu das estrondosas irresponsabilidades dos congéneres mundiais. Saibam os Governos regulamentar os apoios para as empresas grandes, médias ou pequenas mas que sejam produtivas.
 
Em regime democrático, exige-se processos e discursos ditados pelo imperativo de responsabilidade. A equidade e integridade territorial só poderão ser obtidas com a participação de todos, e com sacrifícios para todos.
 
Estamos confiantes que somos capazes de fazer das nossas fragilidades as nossas maiores vantagens. Onde outros tiveram soluções muito rígidas que falharam, nós venceremos promovendo os portugueses que lutam por um país de imensas vantagens competitivas.
 
Mostremos como somos um grande País, uma Pátria em que todos cabem porque acreditam na Democracia. Portugal precisa de mostrar o seu projecto para o século XXI. Pela minha parte, e pela Casa Real que chefio, estou, como sempre, disponível para colaborar.”
publicado por Brito Ribeiro às 19:33
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04
Mar 09

Uma dona de casa recebe um amante todos os dias em casa, enquanto o marido trabalha.

Durante esse tempo, ela tranca o filho de 9 anos no armário do quarto.
Certo dia, o marido chega a casa e o amante ainda lá está. Então ela tranca o amante no armário onde estava o filho.
Ficaram lá um bocado, até que o miúdo diz:
- Tá escuro aqui...
- Está...
- Eu tenho uma bola de ténis para vender...
- Que giro!
- Queres comprar?
- Não!
- Pronto... Se preferes que eu diga ao meu pai...
- Quanto é que queres pela bola?
- 25 euros.
- Toma.
 
Uma semana depois, o marido torna a chegar cedo e o amante ainda está em casa.
O miúdo está no armário. O amante vai para o armário. Eles lá ficam em silêncio até que o miúdo diz:
- Tá escuro aqui...
- É, está.
- Eu tenho aqui uma raquete de ténis para vender por 150 euros.
- Que bom.
- Queres comprar?
- 150 euros??? É muito cara!!
- Se preferes que eu diga ao meu pai... É contigo..
- Nao, não... Eu compro.
- Aqui está.
 
Outra semana depois, o marido torna a chegar cedo. O amante está em casa. O miúdo está no armário. O amante vai para o armário.
Eles lá ficam em silêncio até que o miúdo diz:
 
- Tá escuro aqui...
- É, está.
- Eu tenho aqui umas sapatilhas da Nike para vender por 500 euros.
- Que bom para ti.
- Queres comprar?
- 500 euros??? Tás doido?!!
- Se preferes que eu diga ao meu pai... É contigo..
- Não não, eu compro, eu compro.
 
 No fim-de-semana, o pai chama o filho:
- Pega na bola e na raquete e vamos jogar.
- Não posso. Vendi tudo.
- Vendeste? Por quanto?
- 675 euros.
- Não podes enganar os teus amigos assim. Vou levar-te agora ao padre para te confessares.
 
 Chegando à igreja, o miúdo entra pela portinha do confessionário, ajoelha-se e fecha a portinha. Abre-se uma janelinha e aparece o padre.
- Meu filho, não temas a Deus, diz e Ele perdoar-te-á. Qual é o teu pecado?
- Tá escuro aqui, não tá?
- Não vais começar com essa merda outra vez, pois não???
 
publicado por Brito Ribeiro às 17:07
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01
Mar 09

No Vale do Âncora, abrigado do vento norte pelas frandas da Serra D’Arga e, do vento sul pelos contrafortes do Monte de Santa Luzia, numa vasta planície de aluvião, fértil de pastagens, onde os grandes herbívoros, depois do gelo do Wurtimiense e, talvez mesmo, do “optimum post-glaciar”, faziam companhia a um grande centro comercial que, do mar, extaia os seus principais produtos alimentares, bem documentados pelos numerosos “picos” existentes nas praias do litoral a que Serpa Pinto chamou, justamente, de industria do “ancorense”.

Coube de facto a este ilustre geólogo (1925), o mérito de pela primeira vez assinalar nesta zona, a presença de uma indusria Pré-histórica, sobre seixos quartziticos em níveis de praia elevada (5 a 10 metros), nomeadamente entre o Forte do Cão e Moledo.
Ora, por analogia com o “pico” do verdadeiro “asturiense”, fácies industrial encontrado em várias grutas das Astúrias (Espanha) e em Biarritz (França), muitas vezes se confunde o “ancorense” com o “asturiense” embora a tipologia essenta aos dois picos como instrumentos sobre seixo rolado, e secção triangular conservando o córtex sobre uma das faces, tendo sido grosseiramente destacadas lascas da outra, de maneira a formar uma parte oposta ao talão.
De acordo com escavações efectuadas pela Unidade de Arqueologia da UM (1980) e na base de um corte realizado no Forte do Cão (Gelfa), identifica-se um nível arqueológico com utensílios líticos in situ, nível esse que atesta uma formação geológica designada por areno-pelítico e poderá corresponder a um solo post-glaciar de idade indeterminada.
Porém, os artefactos aí recolhidos, núcleos, choppers e lascas, algumas retocadas em raspador, podem ser provisoriamente atribuídas ao Epipaleo ou seja 8.000 a.C.
Junto aos “picos ancorenses”, nomeadamente na zona do Caído foi encontrado material lítico como raspadeiras, discos e pontas, além de pesos de rede, idênticos aos que Afonso do Paço encontrou em Carreço no sítio do Cantinho.
Fonte: Lourenço Alves in "Monografia do Concelho de Caminha"
publicado por Brito Ribeiro às 16:48
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