Ambiente, história, património, opinião, contos, pesca e humor

29
Ago 08

Ontem fui a S. João D’ Arga, à romaria popular da Serra D’ Arga, que se realiza todos os anos de 28 para 29 de Agosto e que reúne no pequeno santuário muitos milhares de romeiros.

Direi que a festa já não é o que era há uns anos atrás, hoje com tendas a vender pechisbeque made in China e todas as tretas que nos habituamos a ver nas feiras e romarias.
 
 
As tradicionais tendas de comes e bebes, a par do tradicional cabrito já “despacham” cachorros, hambúrgueres e pão quente com chouriço. A tradicional aguardente com mel, agora denominada estupidamente (por alguns) como “chiripiti”, não passa de uma aguardente comercial, baptizada com água, mel e açúcar amarelo.
É como vos digo, aquilo já não é o que era, mas mesmo assim ainda é das romarias populares, mais genuínas do Alto Minho. Tem algo insuperável que é o convívio intergeracional, pois convivem na mesma festa gente de todas as idades, de todas as condições sociais, sejam do campo, sejam da cidade.
Ontem não me meti na imensa confusão à volta dos coretos para assistir ao salutar duelo entre a Banda de Lanhelas e a Banda de Moreira do Lima. Deixei-me ficar a um canto do recinto, no local onde saboreei um belo sarapatel de cabrito e entretive-me a reflectir com uns amigos, sobre as condições em que se realiza esta festividade.
De facto, a comissão de festas limita-se a contratar duas bandas de música, ornamentar a capela com umas luzinhas de várias cores, espalhar pelo recinto algumas florescentes que o iluminem minimamente e ligar um gerador que abasteça de energia aquela rede mais que artesanal. Ah…. Já me esquecia! A Comissão de festas aluga o espaço àquelas tendas todas e recebe o dinheirinho que não deve ser tão pouco, bem pelo contrário.
E que é que a comissão de festas faz ao dinheiro? Bem, isso não sei e pelos vistos há muita gente como eu, que também não sabem onde o dinheiro é aplicado.
Uma coisa posso garantir, no recinto não é! Melhoramentos que se vejam, estão na construção de uns sanitários já há muitos anos e que hoje são totalmente insuficientes tal é a jabardice em que ficam, ainda antes de cair a noite.
A própria capela está a precisar de obras urgentes ao nível de isolamento da cobertura, os quartéis precisam de obras de restauro, não há uma iluminação decente e segura, não há uns sanitários em condições, nem sequer uma manutenção permanente nos dias da festa, os coretos precisam ser reformados, a área envolvente ao santuário podia ser limpa e arranjada de forma a acolher confortavelmente os romeiros, enfim, há bastante que fazer sem retirar o mínimo de tipicismo e de genuinidade à Romaria de S. João D’ Arga.
O que vejo é a romaria ter cada vez mais projecção, cada vez mais tendas, agora até já invadem o recinto do santuário, as condições são cada vez mais exíguas e degradadas face ao maior número de visitantes e a comissão das festas limita-se a olhar para o cu da galinha dos ovos de oiro.
 
publicado por Brito Ribeiro às 13:32
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28
Ago 08

O autocaravanismo está na moda e para onde quer que olhemos podemos esbarrar com uma dessas novas casas com rodas. Há dias, o Jornal de Notícias dedicou a esta actividade de laser duas páginas inteiras e o jornal Público já o tinha feito há semanas atrás, o que atesta a crescente importância do caravanismo e principalmente do autocaravanismo.

O autocaravanismo é um fenómeno recente para o qual os governantes ainda não acordaram, e daí o vazio legal que devia estabelecer as regras para a prática desta actividade.
Mas se os governantes ainda não acordaram os portugueses estão a tomar consciência da dimensão do problema, principalmente quando são violadas algumas questões básicas, como os estacionamentos abusivos e prolongados, a ocupação de espaços públicos de elevado valor ambiental e paisagístico, quando são utilizados indevidamente infra-estruturas públicas para fins privados, sem a devida autorização.
Remetendo-me à realidade de Vila Praia de Âncora, que é idêntica à de todo o litoral em matéria de autocaravanismo, detecto um conjunto de situações irregulares e prejudiciais que importa resolver de forma positiva e inteligente, deixando de lado a obtusa ideia que as autocaravanas devem ser banidas e esse tipo de turismo não interessa.
Isso é de todo errado e como já disse esta tendência turística vai em sentido crescente, por isso deve ser aproveitada em favor de um turismo dinâmico e diversificado. Ao fim ao cabo, tudo o que não existe em Vila Praia de Âncora e não venham dizer que agora a culpa é das autocaravanas.
A ocupação selvagem do Campo do Castelo e mais recentemente da marginal norte com o estacionamento e pernoita de autocaravanas é totalmente inaceitável do ponto de vista legal e do ponto de vista ambiental.
Durante os meses de verão chegam a estar concentradas naquela zona mais de setenta autocaravanas que estacionam de forma desordenada, estendem avançados, espalham mesas e cadeiras, bicicletas e outras tralhas, acendem assadores, ligam geradores, transformando uma paisagem de alto valor turístico num acampamento desregrado e terceiro mundista. Mas ainda mais grave é o facto de haver gente que assenta arraias para passar férias de semanas a fio, sempre no mesmo sítio.
Isso é uma perversão do verdadeiro espírito do autocaravanismo, é a vergonha para os verdadeiros autocaravanistas que se definem como turistas itinerantes e pugnam por um conjunto de regras e de códigos no respeito integral pelo ambiente e pelo meio envolvente.
Aconselho vivamente a pesquisa no portal de autocaravanismo, um site muito bem estruturado e com informação bastante detalhada da modalidade em http://www.campingcarportugal.com
Repito, o que se passa em Vila Praia de Âncora é motivado por falta de regras e por falta de infra-estruturas de apoio a este tipo de turismo.
Em Portugal existem matriculadas cerca de seis mil autocaravanas e estima-se que no pico do verão com a entrada de autocaravanas estrangeiras ultrapassem as vinte mil, o que é um número deveras preocupante, atendendo à falta de legislação e fundamentalmente à falta de locais especialmente preparados para o seu estacionamento e pernoita.
Basicamente o que falta são parques de serviço, que ainda são raros em Portugal e que só agora, face à necessidade crescente, as autarquias começam a incluir nas suas prioridades. Outras nem isso fazem!
Mas porque é que as autocaravanas não vão todas para os parques de campismo? Simplesmente, porque são dois tipos de turismo diferentes e o autocaravanista é, ou pelo menos devia ser, um itinerante, sempre em deslocação, enquanto o campista é o protótipo de pessoa em comunhão com a natureza e que até dispensa um conjunto de comodidades e mordomias durante o tempo que está acampado.
 
Voltando à questão dos parques de serviço, pelo que consegui apurar, são estruturas muito simples que albergam as autocaravanas em estacionamento aberto ou alvéolos, que tem iluminação, que dispõe de tomadas de energia, de água potável, equipamento para despejar a sanita química e WC. Isto é o essencial, claro que pode depois haver outro tipo de serviços, como balneários, cabine telefónica, bar de apoio, internet, etc.
Será que a nossa autarquia já pensou em potenciar este tipo de turismo e investir num projecto de futuro como parece ser esta nova forma de turismo?
Ou será preferível deixar as coisas tal como estão, com aquela “feira” espalhada pelo litoral dando uma péssima imagem do ordenamento do nosso território, dando uma péssima imagem do nosso sentido de organização.
Ou será que apenas somos bons a organizar concertos estivais de gosto e oportunidade de investimento duvidoso, investimentos efémeros e que nada aportam para o desenvolvimento e a promoção da nossa terra.
Quero crer que este assunto entrará na agenda política dos nossos autarcas muito em breve e que a inteligência e bom senso voltem a ser demonstrados com a implementação de medidas que resolvam este problema, que tanto nos tem apoquentado nos últimos tempos.
publicado por Brito Ribeiro às 16:34
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26
Ago 08

Estas fotos retratam algumas fases da pesca do bacalhau a bordo dos lugres bacalhoeiros de pesca à linha.

 

A pesca era efectuada em pequenas e frageis embarcações, os dori, enquanto o lugre esperava à distancia.

 

 

 

No final os peixes eram descarregados dos dori para o navio

 

 

 

Eram amanhados sendo aproveitados os fígados

 

 

 

Seguiam para a escala onde eram preparados para a salga

 

 

Na mão do pescador a faca de trote

 

 

Em Portugal o bacalhau era seco ao sol, trabalho que ocupava muita mão de obra feminina

 

publicado por Brito Ribeiro às 12:37

19
Ago 08

Localização

Viana do Castelo, Caminha, Vila Praia de Âncora, R. 5 de Outubro
 
Protecção
Inexistente
 
Enquadramento
Urbano, flanqueado por edifícios de habitação unifamiliares e plurifamiliares, integrado na malha urbana, em zona plana. A fachada principal abre directamente para a via pública, separado dela por pequeno passeio.
 
Descrição
Planta rectangular, composta por dois corpos, o anterior, rectangular e disposto paralelamente à via pública, e um longitudinal, de volume mais estreiro e com cunhais chanfrados na fachada posterior, de disposição horizontal, com coberturas diferenciadas em telhados de quatro, duas e seis águas, na zona que surge sobre o palco, mais elevada.
Fachadas rebocadas e pintadas de branco, a principal percorrida por embasamento saliente, em cantaria de granito, rematadas em beiral, exceptuando a principal, em cornija, assente em cachorrada.
Fachada principal virada a E., de dois registos, definidos por friso de cantaria, e três panos, o central mais elevado, com os vãos rasgados simetricamente, a partir deste. O pano central é rasgado por três vãos rectilíneos, separados por pilares toscanos, os laterais compondo duas janelas e central uma porta, encimada por cornija, de onde evolui elemento escultórico, representando uma concha, rodeada por elementos fitomórficos, e integrando uma âncora, símbolo da povoação.
O conjunto é encimado por janela termal seccionada, formando vão rectilíneo e duas meias lunetas, sobre a qual surge uma faixa de perfil curvo com a inscrição: "BOMBEIROS VOLUNTARIOS". O pano central remata em cornija de perfil curvo, com lira sobre plinto no acrotério e elementos vegetalistas nos ângulos. Os panos laterais são semelhantes, cada um deles rasgado, no registo inferior, por porta em arco abatido, assente em impostas salientes, e com arquivolta ornada por friso fitomórfico, sublinhada por cornija, assente em duas mísulas e encimada por medalhão circular com troféu, representando os símbolos dos bombeiros - capacete e machado -, rodeado por festões.
O registo superior apresenta uma janela de perfil e decoração semelhante à porta, apresentando, nas jambas, friso almofadado. Fachada lateral esquerda, virada a O., parcialmente adossada a edifício, sendo a zona visível cega. Fachada lateral direita, virada a N., parcialmente adossada a edifício residencial, tendo na zona posterior, uma janela de peitoril, rectilínea, e, porta de verga recta, de acesso aos camarins. Fachada posterior cega, em empena recta.
Interior marcado pelo vestíbulo, rebocado e pintado de bege, percorrido por lambrim de cantaria, com pavimento em ladrilho e cobertura em estuque, formando caixotões, com o fundo pintado a castanho e molduras em estuque branco, ornado por elementos vegetalistas, assente em friso e mísulas de estuque equidistantes. Em frente à porta de acesso, escada com três degraus, em cantaria, acede à zona de distribuição, através de amplo arco em asa de cesto, protegido por portadas de madeira e vidro martelado; no lado esquerdo desta, um vão rectilíneo, protegido por vidro simples, constitui a bilheteira.
A zona de distribuição, rebocada e pintada de branco, com lambril em cantaria, encimado por moldura de madeira, possui a zona do bengaleiro no lado direito, com estrutura e porta de madeira e vidro e, no lado oposto, as escadas de acesso ao piso superior, de madeira, composta por dois lanços e patamar intermédio e guarda torneada, do mesmo material; um amplo arco em asa de cesto acede a dois corredores simétricos, o do lado direito de acesso a instalações sanitárias e o do lado esquerdo de ligação à sala.
Através de três portas de verga recta e portadas de madeira, com dois pequenos losangos de vidro, acede-se à plateia, seccionada em duas zonas, com um total de 240 lugares. A sala possui lambril de madeira, com a zona superior revestida a papel, tecto plano com lâmpadas embutidas e pavimento em alcatifa. Sobre esta, o balcão, com acesso por duas portas, semelhantes às anteriores, de perfil contracurvado e guarda plena em alvenaria, encimada por elemento em latão dourado, com 68 lugares; ambos os espaços possuem as cadeiras dipostas em filas regulares, forradas a napa e assentes em estrutura metálica fixa.
A caixa de palco é em madeira, de perfil rectangular, com pavimento em parquet e acesso por duas portas que a ladeiam. Embutido na estrutura do palco, a caixa do ponto, com pequena abertura rectangular.
No topo das escadas, um patamar de acesso à sala, à cabine de projecção e, no lado direito, uma porta em arco abatido, com portadas de madeira e bandeira do mesmo material, com vidro martelado,de acesso ao "foyer". Este forma três dependências intercomunicantes por amplos arcos em asa de cesto, pintadas de verde, com pavimento em soalho e cobertura em estuque branco; a central apresenta decoração mais elaborada, com sanca e frisos decorados por elementos fitomórficos siunuosos e pouco relevados, pontuados por urnas e pequenos florões; ao centro, um elemento cruciforme em estuque, envolve o lustre; as dependências laterais apresentam simples elementos ovalados em estuque.
Uma das dependências está transformada em zona museulizada, com algumas carretas antigas dos bombeiros.
 
Descrição Complementar
No vestíbulo, sobre o guichet da bilheteira, surge uma placa de mármore polido com inscrição avivada a negro e dourado: "NO 50º ANIVERSARIO DESTA ASSOCIAÇÃO / AOS SEUS FUNDADORES: / DOMINGOS JOSÉ GONÇALVES / JOSÉ JOAQUIM LOPES / JOAQUIM JOSÉ FERNANDES JÚNIOR / JOÃO JOSÉ DE CASTRO / JOSÉ DA SILVA MOURA / JOSÉ EMÍLIO PINHEIRO DE AZEVEDO / ANTÓNIO JOSÉ CORREIA / HOMENAGEM E GRATIDÃO / 1-1-1967".
No espaço de distribuição inferior, um nicho rectilíneo contendo painel de azulejo, monocromo, azul sobre fundo branco, representando um rancho folclórico; sobre este, uma lápide de granito polido, com a inscrição avivada a dourado: "A / ALVES DA CUNHA / GLORIA DO TEATRO NACIONAL / Homenagem dos Seus Admiradores / 7 - 12 - 1950".
 
Utilização Inicial
Equipamento: quartel de bombeiros
 
Utilização Actual
Recreativa: cine-teatro (desactivado por questões de segurança)
 
Propriedade
Privada: Assoc. Humanit. Bombeiros Volunt. V. P de Âncora
 
Época Construção
Séc. 20
 
Arquitecto | Construtor | Autor
ARQUITECTO: Carlos Fernando Leituga (1931).
 
Cronologia
1916, 3 Novembro - foi criada a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora, por Domingos José Gonçalves, José Joaquim Lopes, Joaquim José Fernandes Júnior, João José de Brito, José da Silva Moura, José Emílio Pinheiro de Azevedo e António José Correia; 1 Dezembro - aprovação dos estatutos, elaborados por Laureano de Brito;
1917, 1 Janeiro - tomada de posse da primeira direcção da Associação; tinha uma sede provisória e o material encontrava-se distribuído por várias instalações;
1926 - o quartel passou a estar instalado na R. 31 de Janeiro;
1931, 18 Outubro - início da construção da nova sede e quartel, conforme projecto do arquitecto Carlos Fernando Leituga;
1934, 7 Maio - em resposta a um questionário da Repartição de Jogos e Turismo, refere-se que "há uma casa a que dão o nome de Cinema Ancorense, onde algumas companhias em viagem pela província dão espectáculos, mas cinema não há" (ALVES, p. 545);
1943, 15 Janeiro - inauguração do edifício dos bombeiros, que compreendia uma sala de espectáculos, visando a obtenção de fundos para a segunda fase das obras do quartel; 1942, 18 Maio - reorganização da antiga Banda Ancorense, com o nome de Banda dos Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora;
1949, 30 Novembro - aquisição de uma máquina de projecção;
1954, 26 Setembro - aquisição de um novo pronto socorro, para substituir os carros manuais;
1960, 18 Março - aquisição de um terreno com 480 m2, na R. 5 de Outubro, para a instalação do quartel, por 80.000$00;
1966, 6 Maio - extinção da Banda dos Bombeiros Voluntários;
1983, 25 Setembro - inauguração do novo quartel dos bombeiros;
1985 - projecto de restauro da antiga sede, mantendo a sala de espectáculos.
 
Tipologia
Arquitectura civil de equipamento, novecentista. Quartel de bombeiros, de planta rectangular, composta pela sala das viaturas, laterais, um vestíbulo e, na zona posterior, uma sala de espectáculos.
No piso superior, a zona administrativa e quartos. Fachada principal marcada pelas amplas entradas dos carros, no primeiro piso e amplamente iluminada, sendo as fachadas laterais de acesso à sala de espectáculo, com portas de verga recta.
A sala de espectáculos Insere-se no grupo de auditórios de planta rectangular com balcão em forma de "U", de cena contraposta, com uma sala de cerca de 300 lugares, distribuídos por plateia e balcão, tendo um palco de configuração quadrangular.
Dispõe de cabina de projecção, sobre o balcão, em zona elevada. Interior com decoração em estuque.
 
Características Particulares
Antigo quartel de bombeiros, que integrava numa sala de espectáculos e actualmente transformada em cine-teatro, destacando-se o aspecto modernista do interior, bastante simples e com um carácter meramente funcional.
De relevar, o tratamento da fachada principal, com várias cartelas alusivas à primitiva função do imóvel, com troféus de instrumentos ligados à actividade do bombeiro e um friso com a inscrição a identificar o imóvel como quartel.
A fachada vive pelo tratamento dos vãos, rectilíneos ou curvos, onde se integra uma ampla janela termal, seccionada e que permite iluminar o actual foyer, decorados com estuques brancos, formando elementos fitomórficos. As portas das fachadas laterais foram desactivadas, processando-se o acesso apenas pela fachada principal.
 
Dados Técnicos
Estrutura autoportante.
 
Materiais
Estrutura em alvenaria de granito, rebocada; embasamento, pilastras, mísulas, cachorrada, elementos decorativos, modinaturas, lambris em cantaria de granito; lambris em mármore; pavimentos, portas, lambris, caixa de palco, modinaturas dos vãos internos em madeira; janelas e portadas com vidro simples ou vidro martelado; pavimentos em tijoleira; sala com pavimento forrado a alcatifa; cobertura em telha; cadeiras com estrutura em ferro e revestidas a napa; guarda do balcão em latão amarelo.
 
Bibliografia
ALVES, Lourenço, Caminha e o seu concelho (monografia), Caminha, 1985.
   
Intervenção Realizada
Proprietário: séc. 20, 2.ª metade - tratamento de rebocos e pinturas; arranjos pontuais.
 
Observações
O edifício está desactivado por falta de condições de segurança, nomeadamente ao nivel da cobertura, não havendo até ao momento qualquer garantia de financiamento para as imprescindiveis obras de requalificação.
 
publicado por Brito Ribeiro às 14:17

13
Ago 08

Os banheiros cumpriam uma função de grande utilidade na sociedade que vinha a banhos para a Praia de Âncora, pois alem de socorrerem algum banhista em perigo, eram os fornecedores de toalhas para se enxugarem à saida da água, ensinavam a nadar miudos e graudos, alugavam barracas e cadeiras e acima de tudo, davam confiança com a sua presença aos mais temerosos

 

 

Foto de 1903, representa um grupo de banheiros na Praia de Âncora.

 

Vestidos com longas roupas, os banheiros entravam dentro de água usando gamelas de madeira para "baptizar" os banhistas mais renitentes ou mais friorentos, sendo acolhidos com toalhas em cestas de vime quando saiam da água.

Havia famílias que se dedicavam a esta actividade numa época em que os banhos de mar eram tomados em função das suas virtudes terapeuticas.

Nesta imagem com mais de um século ainda se consegue identificar algumas pessoas. Esta era a família Enes de Azevedo, tambem conhecida pelas "Estudantas" . O patriarca da família, João José Enes de Azevedo aparece rodeado de filhos e primos.

Ao centro da imagem, em posição elevada Viriato Enes de Azevedo. À esquerda, tambem de cachecol branco e em posição elevada, Aurora "das Estudantas". À direita da foto, com a gamela na mão Carolina Alves Carrelo, tendo ao lado a sua irmã Vitalina.

 

 

publicado por Brito Ribeiro às 23:22
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11
Ago 08

 

 

Foto aérea de Vila Praia de Âncora. Em primeiro plano a foz do Rio Âncora e a "Praia das Crianças".

Ao fundo a ilha da da Ínsua a Foz do Rio Minho e o Monte de Santa Tecla na Galiza.

publicado por Brito Ribeiro às 22:45

03
Ago 08

Portugal foi e ainda é um dos países pioneiros em fama e proveito no negócio da contrafacção. Antigamente ficávamos pelas camisas Lacoste e sapatinhas Adidas ou Nike, mas hoje consegue-se um leque de produtos alargados, desde as jóias até aos medicamentos. Claro que teve de entrar o sentido expansionista no negócio, o tal do mercado global, pois as vistas dos vigaristas portugueses são bem mais limitadas, com honrosas excepções.

As economias asiáticas em expansão, com mão-de-obra barata muitas vezes em regime de semi escravidão, aliciam sempre uns empresários (gosto da palavra) que deslocalizam as fabriquetas para a Índia ou a China onde produzem pechisbeque das melhores marcas. Se não dá em Pevidem, Guimarães ou Felgueiras, dá de certeza nos arredores de Xangai ou de Bombaim.
Os “nuestros hernanos” espanhóis, não podiam ficar de fora e depois da malograda experiencia de falsificar azeite com óleo de colza e outras porcarias que mataram centenas de pessoas, evoluíram para a falsificação do Vinho do Porto, feito ali para os lados de Barcelona. Mas como isto do vinho é sempre um bom negócio, desde que haja água, agora produzem Alvarinho às carradas e de qualquer jeito.
Mas não foi para vos falar de este tipo de falsificações que eu comecei a escrever. Para isso está a ASAE, sempre tão diligentes a apanhar DVD piratas ou a meter o nariz nos enchidos tradicionais ou nos tachos de arroz de cabidela…
 
Estava eu a ler o Jornal de Notícias há umas semanas atrás e deparo como um artigo em que é citada a praia de Carreço, no Concelho de Viana do Castelo, como “a praia das crianças”. O jornalista que assim escreveu desconhece (certamente) que cometeu um erro e uma apropriação ilegítima, pois a praia das crianças é (e sempre foi) a de Vila Praia de Âncora.
Curioso também o facto do pequeno mapa publicado no JN assinalar Vila Praia de Âncora para os lados de Cerveira ou S. Pedro da Torre.
Realmente o artigo não tem jeito e também não sei a que propósito alguém induziu em erro o articulista, mas é, de facto, lamentável querer usar um título que já tem dono.
Desde miúdo que sempre ouvi chamar assim à nossa praia, pelas características muito próprias e irrepetíveis do nosso litoral.
Um rio tranquilo e pouco profundo (onde as crianças podem chapinhar à vontade) que atravessa a praia e entra pelo mar dentro; uma areia finíssima e um extenso areal de dois quilómetros, que se inicia no portinho de Vila Praia de Âncora e remata nas rochas que sustentam o Forte do Cão; um mar habitualmente sereno, protegido pelos molhes do portinho que permite a entrada na água muitos metros, sem perder pé.
São estas as características que tornaram, durante mais de um século, a Praia de Âncora famosa como estancia balnear para toda a família.
Apesar de nos últimos anos terem acontecido alguns percalços com a qualidade das águas balneares e ainda não estarem definitivamente solucionados, problema que nos tem impedido de hastear a Bandeira Azul da Europa, a Praia de Âncora continua a ser um praia procurada pelos pais com crianças pequenas e por inúmeros jardins infantis da região norte, que nos meses de Junho e Julho animam o extenso areal.
Surpreende-me que ninguém tenha reagido a esse artigo do JN onde (grosseiramente) a verdadeira praia das crianças era relegada para o esquecimento.
 
Acho que tanto a Junta de Freguesia, como a Câmara Municipal deviam ter reposto a verdade, deviam ter saído a terreiro defender um património imaterial que é dos ancorenses, por muita cobiça que cause.
A própria Região de Turismo do Alto Minho tinha obrigação de desmentir as afirmações proferidas, pois a defesa da verdade é um dever para qualquer pessoa ou instituição, incluindo o JN, que como jornal de referencia, devia ter mais cuidado com o rigor da informação publicada.
publicado por Brito Ribeiro às 22:57
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