Ambiente, história, património, opinião, contos, pesca e humor

18
Jul 07
 
 
Designação
Convento de São João de Cabanas, incluindo a sua mata e os terrenos circundantes
 
Localização
Viana do Castelo, Afife, Lugar de Cabanas
   
Protecção
IIP, Dec. nº 67/97, DR 301 de Dezembro 1997
 
Enquadramento
Rural, implantação harmónica. Implanta-se numa quebrada da encosta, junto à margem direita do Rio Afife e integrado na Quinta de Cabanas; tem fronteiro cruzeiro e nas proximidades vários moinhos.
Junto ao muro alto que fecha o pátio do frontespício, ergue-se velha magnólia de largas tradições.
 

Descrição
Planta composta por igreja longitudinal com torre sineira quadrangular, capela-mor rectangular e dependências conventuais de planta quadrangular, adossadas em ângulo recto a S. Volumes articulados com coberturas diferenciadas, em telhados de 2 e 4 águas.
Igreja com frontespício enquadrado por pilastras, rasgado por portal de verga recta, encimado por frontão interrompido e que, através de enrolamentos vegetais, se liga a nicho, decorado com volutas e enrolamentos, com abóbada de concha e imagem de São João; é enquadrado por 2 janelas, as quais existem 2 cartelas ovais.
Sobre a cornija, frontão contracurvado, com brasão no tímpano e ladeado por pináculos. Torre sineira, adossada a N. e um pouco recuada também com cunhais de cantaria e com cobertura cónica enquadrada por pináculos. Interior de uma só nave, com abóbada de berço sobre cornija saliente; coro-alto, 4 altares colaterais, com retábulos de talha, separados por teia de balaústres e púlpitos quadrangulares sobre mísulas e encimados por janelas, 2 altares laterais com retábulos de talha.
Arco triunfal de volta perfeita, sobre dupla cornija e capela-mor com retábulo de talha polícroma e abóbada de berço. Das dependências conventuais destacamos o claustro, de reduzidas dimensões, 2 registos, separados por friso, tendo no 1º arcada de arcos plenos sobre colunas toscanas e o 2º fechado, com janelas envidraçadas separadas por colunelos de cantaria.
No centro da quadra, fonte com grupo escultórico e tanque decorado exteriormente por volutões.
 
Utilização Inicial
Cultual e devocional: Mosteiro Beneditino masculino
 
Utilização Actual
Residencial / cultual
 
Propriedade
Privada: pessoa singular
 
 
Época Construção
Séc. 13 / 17 / 18
 
Arquitecto | Construtor | Autor
ENTALHADOR: Joaquim José de Sampaio (1779).
 

Cronologia
570 - edificação por S. Martinho de Dume, segundo Pinho Leal;
746 - destruído pelos árabes e logo reedificado; 1382 - na posse de comendatários, mas logo passou a ser dos frades beneditinos com a condição de pagarem aos frades "cartuchos" de Nossa Senhora do Vale, de Lisboa, certa pensão que o Rei lhe impôs; chegou a ter 75 religiosos; 1779, 20 Agosto - feitura de tribuna e seis castiçais por Joaquim José de Sampaio, por 240$000;
1834 - extinção das ordens religiosas, passando a propriedade e edifício para a posse da Fazenda Nacional; tinha então apenas o abade e dois monges; 30 Março - Inventário dos bens móveis e imóveis do mosteiro; foi vendido em hasta pública ao Gen. Luis do Rego, Visconde do Geraz de Lima; por sua morte, o mosteiro passou para a filha, D. Maria Emília Rêgo; por morte desta, ficou para o seu segundo marido, Dr. Tomáz de Aquino Martins da Cruz que, depois de viúvo, casou com D. Januária do Nascimento da Cunha e Silva, natural de Penafiel;
1897, 15 de Março - esta vendeu ao Conselheiro Dr. Adolfo da Cunha Pimentel Homem de Vasconcelos, antigo Governador Civil do Porto, e esposa D. Maria Cardina da Fonseca e Gouveia da Cunha Lima Pimentel, os quais fizeram importantes obras de restauro e construiram os muros; posteriormente transitou para a filha, que o voltou a vender;
1984, Abril - Despacho do Secretário de Estado da Cultura determinando a classificação do Convento como Imóvel de Interesse Público.
 
Tipologia
Arquitectura religiosa, maneirista. Mosteiro beneditino de fundação bastante antiga, mas com feição actual maneirista devido às obras do século XVII.
De pequenas dimensões e planimetria irregular, é constituído por igreja de planta longitudinal e nave única, uma torre sineira e dependências conventuais com pequeno claustro. Predominam as linhas sóbrias, características do Maneirismo.
 
Características Particulares
Alguma da talha dos altares é já barroca e o da capela-mor, deve já datar de fins do Século XIX.
 

Bibliografia
RAMOS, Ilídio Eurico Gomes, Monumentos e Solares de Viana. Quinta do Mosteiro de Cabanas em Afife. Capela de S. Bernardo em Viana in Vianense, Viana do Castelo, 5 Out. 1984; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Alto Minho, Lisboa, 1987; FARIA, Horácio, O Mosteiro de S.João de Cabanas e o Moinho da devesa no Sec. XVIII in Cadernos Vianenses, vol. 13, Viana do Castelo, 1989, p. 15 - 28; CARDONA, Paula Cristina Machado, A actividade mecenática das confrarias nas Matrizes do Vale do Lima nos séc. XVII a XIX, Tese de Doutoramento, vol. 3, Porto (Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Departamento de Ciências e Técnicas do Património), 2004.
   
Intervenção Realizada
Proprietário: 1992 - Obras de restauro na Igreja.
  
Observações
Segundo a tradição, antes da fundação do Convento existia no local uma ermida, com algumas cabanas, covas ou grutas na serra ao redor, onde viviam os frades que S. Martinho congregou e aos quais deu a Regra de São Bento, daí se ter tomado o nome para o Convento.
 
 
 
publicado por Brito Ribeiro às 18:38

Julho 2007
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
13
14

15
16
17
19
20
21

23
25
26
27
28

30


subscrever feeds
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO