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Por ocasião do IX Congresso Internacional de Antropologia e Arqueologia realizado em Lisboa no ano de 1880, Francisco Martins Sarmento, então com 48 anos, chamou as atenções da Europa culta para o nosso país, devido às eloquentes comunicações ao Congresso, a propósito dos trabalhos de investigação por ele realizados, com destaque para as escavações na Citânia de Briteiros e em Sabroso, iniciadas cinco anos antes. Os estudos em seguida publicados por estes homens de ciência, quer em Memórias e Relatórios, quer na imprensa, apresentaram Martins Sarmento aos meios culturais como tendo realizado um importante avanço, nos domínios da arqueologia peninsular.

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Conhecedor de várias línguas, completou no recolhimento do seu gabinete uma sólida preparação científica e um conhecimento profundo em áreas como a arqueologia, epigrafia, etnologia, etnografia, antropologia, linguística, mitologia e na interpretação das fontes clássicas greco-romanas da História da Península Ibérica.

Com este conhecimento, pode entrar na prática dos trabalhos de exploração no campo, que o inculcaram logo como um consumado arqueólogo. Não se assistiu à sua formação mental científica, que foi discreta e gradualmente preparada ao longo de anos, à mesa de estudo.

Concebeu a arqueologia no seu verdadeiro alcance, instrumento de confirmação e contra prova, pela análise directa dos monumentos, do conjunto de estudos e deduções teóricas sobre as origens e o desenvolvimento da civilização de um povo. Foi, portanto, igualmente notável nas duas modalidades do seu trabalho, quer na concentração do gabinete de estudo, quer empunhando a picareta do explorador.

As suas indagações e pesquizas não se limitaram a Briteiros e Sabroso, tendo reconhecido mais de sessenta castros, em grande parte inéditos.

Particularmente no distrito de Viana do Castelo localizou mamôas e dolméns procedendo a várias escavações tais como a Cividade de Âncora-Afife (iniciada a 17-10-1879), o Dólmen de Gontinhães (iniciada a 6-10-1879) e de Vile (iniciada a 13-10-1879).

Costumava o arqueólogo passar à beira mar dois meses por ano, geralmente em Setembro e Outubro, sendo as suas praias escolhidas, Âncora e Póvoa do Varzim. Na sua correspondência e cadernos de estudo encontram-se provas de ter estado a veranear em Âncora nos anos de 1879, 1881, 1882, 1888 e 1894.

Francisco Martins Sarmento era natural de Guimarães, tendo nascido a 9 de Março de 1833 e falecido a 9 de Agosto de 1899.

 

Resumo de um artigo escrito em Novembro de 1933 por Mário Cardoso, para o nº 1 do Arquivo de Viana do Castelo de 1934.

publicado por Brito Ribeiro às 15:22
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