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20
Jan 08
Há dias fomos surpreendidos com anulação da prova de todo-o-terreno Lisboa-Dakar, devido a problemas de segurança. Parece que os terroristas da Al Quaid ou associados fizeram diversas ameaças que foram levadas muito a sério pela organização e pelos serviços secretos franceses.
Certo é que a prova foi anulada, pela primeira vez em trinta anos e diversos municípios e empresas portuguesas ficaram seriamente prejudicadas pois tinham já efectuado investimentos avultados nas mais diversas áreas.
Ocorreu-me que para minimizar os prejuízos e principalmente para não defraudar as expectativas dos concorrentes e dos aficionados, poderia ter saído para a estrada uma versão mais reduzida do Lisboa-Dakar, que passaria a ser o Lisboa-Valença, aproveitando algumas das melhores pistas do todo-o-terreno nacional.
A Nacional 10 ou a Nacional 1 por exemplo, e mais a norte, que é o que nos interessa, a Nacional 13.

Que suprema beleza ver os bólides a atravessar Vila do Conde e Póvoa do Varzim, quais aldeias africanas, a ponte de Fão ou a de Viana, para atingirem o clímax nas mais rudes pistas europeias, desde a saída desta linda cidade até Valença.
Só não sei se depois da viagem até à Princesa do Lima, os veículos iriam aguentar o último esforço de percorrer a EN-13. Iria ser duro para os pilotos e para as assistências, muitas peças iriam ceder pelo caminho. Enfim, isto é que é competição!
 
Isto vem a propósito das condições miseráveis, da vergonha que é a Nacional 13, semeada de buracos, o piso todo partido e irregular, que uns funcionários remendam quase diariamente sem qualquer resultado prático, que não seja pôr o pavimento ainda mais irregular.
O Instituto de Estradas continua a fazer vista grossa para a mais importante via de comunicação do Alto-Minho que é da sua jurisdição, na mesma semana em que se teve conhecimento que este Instituto com 1800 funcionários, possui 800 viaturas de serviço que abasteceram em 2007 mais de 5 milhões de euros de combustível. Estamos perante um consumo médio de consumo por viatura de 6.250 euros.
Nem vale a pena fazer contas aos quilómetros que teoricamente cada funcionário percorreu. E para quê, em serviço? Mas que serviço?
Mais um escândalo, mais um exemplo da roubalheira que opera (até agora) impunemente no Estado português.
Enquanto os portugueses na generalidade pagam os combustíveis a peso de ouro, devido aos pesados impostos aplicados, há uma minoria de portugueses que alegremente se passeia à nossa custa, nas estradas que, por missão, deviam zelar e conservar.
 
                                                                                
 
 
publicado por Brito Ribeiro às 16:40
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